segunda-feira, 23 de julho de 2012

Crentes Temporários - Lloyd-Jones



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Há uma discussão a esse respeito[1] em II Pedro 2, onde o apóstolo, descreve tais casos de maneira clara. Ele refere-se a certas pessoas que tinham penetrado na igreja e que passaram a ser aceitas como crentes, mas que finalmente, se haviam afastado do caminho. E ele então as descreveu mediante as seguintes palavras. “O cão voltou ao seu próprio vômito; e: a porca lavada voltou-se a revolver no lamaçal” (v.22). É fácil perceber o que acontece. Utilizando-nos dessa ilustração, até uma porca pode ser lavada; e então, à superfície, ela pode parecer um animal limpo; entretanto, não terá havido nela qualquer transformação de sua natureza. Isso se torna ainda mais patente quando comparamos o que o mesmo apóstolo declara no versículo 4 do capítulo 1 dessa mesma epístola. Afirma ele que o crente foi libertado “... da corrupção das paixões que há no mundo...” Todavia, quando Pedro passa a falar dos crentes temporários, no segundo capítulo ele diz que eles foram lavados – não da “corrupção”, e, sim, das “...contaminações...” (v.20). Há uma espécie de lavagem superficial, que não foi suficiente, entretanto, para alterar a natureza íntima do indivíduo. A lavagem é de real valor, mas também pode dar motivos a grandes equívocos. O indivíduo que só foi superficialmente lavado, pode dar toda a impressão de ser um verdadeiro crente. Não obstante, segundo o argumento de nosso Senhor[2], o que realmente decide se ele é crente ou não é a natureza íntima de cada indivíduo. E essa natureza íntima inevitavelmente acaba se manifestando externamente.
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Fonte: LLOYD-JONES, D.M. Estudos no sermão do monte. São Jose dos Campos: Editora Fiel. 4º Ed. 1999. p. 529.


[1] Lloyd-Jones está falando sobre “crentes temporários”, pessoas que parecem ter caído a influência do evangelho, que passam a dizer as coisas certas e até se verifica certa transformação em suas vidas, mas que com tempo dão evidência de que nunca se tornarão verdadeiros crentes de forma alguma.
[2] Lloyd-Jones refere-se ao que Cristo fala em Mateus 7.16b-20.

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