(...)
Há uma
discussão a esse respeito[1] em II
Pedro 2, onde o apóstolo, descreve tais casos de maneira clara. Ele refere-se a
certas pessoas que tinham penetrado na igreja e que passaram a ser aceitas como
crentes, mas que finalmente, se haviam afastado do caminho. E ele então as
descreveu mediante as seguintes palavras. “O cão voltou ao seu próprio vômito;
e: a porca lavada voltou-se a revolver no lamaçal” (v.22). É fácil perceber o
que acontece. Utilizando-nos dessa ilustração, até uma porca pode ser lavada; e
então, à superfície, ela pode parecer um animal limpo; entretanto, não terá
havido nela qualquer transformação de sua natureza. Isso se torna ainda mais
patente quando comparamos o que o mesmo apóstolo declara no versículo 4 do
capítulo 1 dessa mesma epístola. Afirma ele que o crente foi libertado “... da
corrupção das paixões que há no mundo...” Todavia, quando Pedro passa a falar
dos crentes temporários, no segundo capítulo ele diz que eles foram lavados –
não da “corrupção”, e, sim, das “...contaminações...” (v.20). Há uma espécie de
lavagem superficial, que não foi suficiente, entretanto, para alterar a
natureza íntima do indivíduo. A lavagem é de real valor, mas também pode dar
motivos a grandes equívocos. O indivíduo que só foi superficialmente lavado,
pode dar toda a impressão de ser um verdadeiro crente. Não obstante, segundo o
argumento de nosso Senhor[2], o que
realmente decide se ele é crente ou não é a natureza íntima de cada indivíduo.
E essa natureza íntima inevitavelmente acaba se manifestando externamente.
(...)
Fonte:
LLOYD-JONES, D.M. Estudos no sermão do monte. São Jose dos Campos: Editora
Fiel. 4º Ed. 1999. p. 529.
[1] Lloyd-Jones está falando sobre
“crentes temporários”, pessoas que parecem ter caído a influência do evangelho,
que passam a dizer as coisas certas e até se verifica certa transformação em
suas vidas, mas que com tempo dão evidência de que nunca se tornarão
verdadeiros crentes de forma alguma.







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