(...)
Como, pois, poderíamos
descrever esses indíviduos[1]?
O que há de errado no ensino deles? A maneira mais conveniente de se fornecer
resposta a essas perguntas consiste em dizer que no ensino ministrado por eles
não há o elemento da “porta estreita”, nem há o “caminho apertado”. Até onde
vai, esse ensino parece bom, mas não inclui nenhum desses aspectos. Trata-se,
pois, de um falso ensino, cuja falsidade deve ser detectada por meio daquilo
que não declara, muito mais do que por intermédio daquilo que realmente diz.
E é precisamente quanto a isso que podemos perceber a sutileza da situação.
Conforme já pudemos averiguar, qualquer crente pode detectar um indivíduo que
costuma declarar coisas ultrajantemente erradas; mas seria injusto e
descaridoso dizermos que a vasta maioria dos crentes da atualidade não parece
ser capaz de detectar o indivíduo que parece dizer as coisas certas, mas que
deixa de fora questões vitais? De alguma maneira, temos aceitado o conceito de
que o erro consiste tão-somente naquilo que é ultrajantemente errado; mas não
parecemos compreender que a pessoa mais perigosa de todas é justamente aquela
que não enfatiza as coisas certas.
Essa é a única maneira
de compreendermos corretamente esse quadro a respeito dos falsos profetas. O
profeta falso é o indíviduo que não inclui as ideias da “porta estreita” e do
“caminho apertado” na sua mensagem. Ele nada apresenta de realmente ofensivo
para o homem natural; mas procura agradar a todos. Exibe-se “disfarçado de
ovelha”, e mostra-se tão atrativo, tão amável, tão agradável de ser admirado.
Sua mensagem é tão suave, consoladora e confortadora! Ele agrada a todos, e
todos falam bem dele. Jamais é perseguido por causa da sua pregação, e nunca é
severamente criticado por causa da mesma. É elogiado igualmente pelos liberais,
pelos modernistas, e também pelos evangélicos e por todos os demais. Nesse mau
sentido, ele é tudo para todos; em sua mensagem não há o aspecto da “porta
estreita” e nem o aspecto do “caminho apertado”, e nele nada transparece do
“...escândalo da cruz...” (Gálatas 5:11).
(...)
Fonte: LLOYD-JONES,
D.M. Estudos no sermão do monte. São Jose dos Campos: Editora Fiel. 4º Ed. 1999. p.
518-519.







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