quinta-feira, 26 de julho de 2012

Falsos Profetas – Lloyd-Jones



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Como, pois, poderíamos descrever esses indíviduos[1]? O que há de errado no ensino deles? A maneira mais conveniente de se fornecer resposta a essas perguntas consiste em dizer que no ensino ministrado por eles não há o elemento da “porta estreita”, nem há o “caminho apertado”. Até onde vai, esse ensino parece bom, mas não inclui nenhum desses aspectos. Trata-se, pois, de um falso ensino, cuja falsidade deve ser detectada por meio daquilo que não declara, muito mais do que por intermédio daquilo que realmente diz. E é precisamente quanto a isso que podemos perceber a sutileza da situação. Conforme já pudemos averiguar, qualquer crente pode detectar um indivíduo que costuma declarar coisas ultrajantemente erradas; mas seria injusto e descaridoso dizermos que a vasta maioria dos crentes da atualidade não parece ser capaz de detectar o indivíduo que parece dizer as coisas certas, mas que deixa de fora questões vitais? De alguma maneira, temos aceitado o conceito de que o erro consiste tão-somente naquilo que é ultrajantemente errado; mas não parecemos compreender que a pessoa mais perigosa de todas é justamente aquela que não enfatiza as coisas certas.
Essa é a única maneira de compreendermos corretamente esse quadro a respeito dos falsos profetas. O profeta falso é o indíviduo que não inclui as ideias da “porta estreita” e do “caminho apertado” na sua mensagem. Ele nada apresenta de realmente ofensivo para o homem natural; mas procura agradar a todos. Exibe-se “disfarçado de ovelha”, e mostra-se tão atrativo, tão amável, tão agradável de ser admirado. Sua mensagem é tão suave, consoladora e confortadora! Ele agrada a todos, e todos falam bem dele. Jamais é perseguido por causa da sua pregação, e nunca é severamente criticado por causa da mesma. É elogiado igualmente pelos liberais, pelos modernistas, e também pelos evangélicos e por todos os demais. Nesse mau sentido, ele é tudo para todos; em sua mensagem não há o aspecto da “porta estreita” e nem o aspecto do “caminho apertado”, e nele nada transparece do “...escândalo da cruz...” (Gálatas 5:11).
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Fonte: LLOYD-JONES, D.M. Estudos no sermão do monte. São Jose dos Campos: Editora Fiel. 4º Ed. 1999. p. 518-519.


[1] Lloyd-Jones refere-se aos falsos profetas

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