“Ora, àquele que é poderoso para vos
guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da
sua glória,” (Judas 24).
Até
aqui vemos que o homem é incapaz de escolher a Deus, que Deus escolheu seu povo, os redimiu pelo sangue de Cristo e os transformou de modo que eles viessem a crer. Porém, após seguirmos a Cristo, não somos levados de modo
imediato ao céu, há toda uma caminhada, uma peregrinação até o último dia de
nossa vida. E essa caminhada, depende de quem? Será que depende de nós nos
mantermos até o fim? Poderemos tropeçar depois de começarmos a caminhada, e
voltarmos aos caminhos antigos? Será que é verdade que uma vez salvos somos
sempre salvos?
Se
olharmos para a igreja veremos muitas pessoas que acabam abandonando a fé.
Alguns veem isso como um sinal de que aquelas pessoas perderam a salvação. Há
ainda outros que pensam que se pecarem, algum pecado que eles considerem grave,
perderam a salvação. Para pensarmos melhor sobre isso, devemos lembrar-nos do
que já estudamos. Vimos até agora que tudo depende da Vontade de Deus, de modo
que se considerarmos que o homem pode perder a salvação estamos dizendo que
manter a salvação do homem depende da vontade humana apenas, e isso contraria
tudo que já aprendemos. Não fomos nós que escolhemos seguir a Cristo, não
dependeu de nós. Fomos salvos pela obra de Cristo somente, não por nossas obras
para confiar de algum modo que nossa salvação dependesse de nós. Além disso,
foi o próprio Deus que mudou nosso coração, nós não teríamos poder para fazer
com que nosso coração de carne voltasse a ser um coração de pedra. Deus não faz
nada pela metade “Estou plenamente certo
de que aquele que começou boa obra em vós há de completa-la até ao dia de
Cristo Jesus” (Filipenses 1.6). Deus irá completar a obra no seu povo “E aos que predestinou, a esses também
chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a
esses também glorificou” (Romanos 8.30). Podemos estar certos de que nosso
Deus “é poderoso para vos guardar de
tropeços e vos apresentar imaculados diante de sua glória” (Judas 24).
Cristo morreu pela sua igreja “para
apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga nem coisa
semelhante, porém santa e sem defeito.” (Efésios 5.27). Podemos confiar
naquele que nos diz “Com amor eterno eu te amei” (Jeremias 31.3) Podemos estar
certos do cumprimento das promessas de Deus “Conservar-lhe-ei para sempre a minha graça e, firme com ele, a minha
aliança. Farei durar para sempre a sua descendência; e, o seu trono, como os
dias do céu. Se os seus filhos desprezarem a minha lei e não andarem nos meus
juízos, se violarem os meus preceitos e não guardarem os meus mandamentos,
então, punirei com vara as suas transgressões e com açoites, a sua iniquidade.
Mas jamais retirarei dele a minha bondade, nem desmentirei a minha fidelidade.
Não violarei a minha aliança, nem modificarei o que os meus lábios proferiram.” (Salmo
89.28-34). “se somos infiéis, ele
permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo” (2
Timóteo 2.13).
Com
base em tudo isso, podemos ter certeza de que “uma vez salvos, sempre salvos”.
Porém é necessário ter cuidado com muitos que falam isso como justificativa
para viver no pecado, aqueles que foram salvos tem um novo coração, o Senhor
promete que “Na mente lhes imprimirei as
minhas leis, também no coração lhas inscreverei” (Jeremias 31.33). Cristo
nos diz, “Se me amais, guardarei os meus
mandamentos” (João 14.15). A verdadeira salvação é demonstrada por uma vida
diferente e muitos que pensam que são salvos, na verdade nunca foram salvos.
Uma
pergunta pode ficar, mas aqueles que abandonam a fé? O Apóstolo João nos
responde isso “Eles saíram do nosso meio;
entretanto não eram dos nossos; porque se tivessem sido dos nossos, teriam
permanecido conosco; todavia eles se foram para que ficasse manifesto que
nenhum deles é dos nossos” (1 João 2.19). Uma marca do verdadeiro cristão é
a perseverança, e aqueles que foram escolhidos e salvos pelo próprio Deus, irão
também permanecer pela obra d’Ele. A essa certeza de que aqueles que o Senhor
salvou permanecerão até o fim, os teólogos dão o nome de “perseverança dos
Santos”.
Há um
texto muito usado para defender que o cristão pode perder a salvação, o texto é
esse “É impossível, pois, que aqueles que
uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram
participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes
do mundo vindouro, e caíram... ” (Hebreus 6.4-6). Num primeiro
momento, esse texto parece estar falando de pessoas que foram salvas e caíram.
Porém de certo modo as pessoas que participam de uma igreja se tornam
participantes de certa forma do Espírito santo, podem ter visto ou até tido em
sua própria vida um milagre, viram pessoas transformadas pela Graça de Deus,
mesmo assim elas podem nunca ter sido salvas. O texto não menciona em nenhum
momento que essas pessoas foram salvas. Continuando nesse texto (nos versos 7 e
8), o autor de Hebreus fala de dois tipos de solo um que produz erva útil e
outro que produz abrolhos, sabemos pela parábola contada por Cristo que há a
semente (Palavra de Deus) que cai na pedra que são as pessoas que “creem apenas por algum tempo e, na hora da
provação se desviam” (Lucas 8.14). Com base nisso podemos entender que as
pessoas que se desviam são como solo que produz abrolhos, também são como o
solo rochoso da parábola contada por Cristo, que se desviam no momento de
provação (o autor de Hebreus escreveu para cristãos que estavam sendo
perseguidos). Portanto podemos entender que esse texto não defende que alguém
possa perder a salvação, mas que nem todos que estão em uma igreja irão
permanecer até o fim, muitas vezes é apenas o momento de perseguição que mostra
quem são aqueles que “...venceram por
causa do sangue do cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e,
mesmo em face da morte não amaram a própria vida.” (Apocalipse 12.11).
Veremos
na Bíblia muitas exortações para perseverarmos na fé, e podemos estar certos de
que os filhos de Deus, escolhidos desde a eternidade, são aqueles que prestarão
atenção nessas exortações porque “As
minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço, e elas me seguem” (João
10.27).
Com
conhecimento dessas coisas podemos dizer “Porque
eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os
principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura,
nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de
Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 8.38-39).
Aplicação
Como
poderíamos dormir tranquilos, se manter nossa salvação dependesse apenas da
nossa vontade. Que desespero seria se dependêssemos de nós, pois “Maldito o homem que confia no homem”
(Jeremias 17.5). Porém podemos descansar tranquilos, sabendo que a salvação
depende dele “Bendito o homem que confia
no SENHOR e cuja esperança é o SENHOR” (Jeremias 17.7). Descansar não
significa ficar tranquilo para pecar, pois aqueles que foram salvos por ele o
amam e por isso guardam os seus mandamentos, os eleitos são aqueles que vivem
pela fé, sabendo que nada depende de suas forças, e que só tem motivos para
louvar o nosso Deus na certeza de que para suas ovelhas “Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da
minha mão” (João 10.28).
Autor:
Ivan Junior







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